1 2 3 4

Especial Gêneros Disney:DONZELAS E DONAS DE SUA HISTÓRIA


**
   



      Esqueça a história da donzela em perigo. A era disney vive atualmente, o momento do protagonismo feminino. Filmes recentes como Frozen - Uma Aventura Congelante, Enrolados, Valente  Malévola mostram protagonistas independentes que já não precisam de príncipes para salvá-las. Mas, embora os filmes antigos dos estúdios, em muito, fossem influenciados por uma sociedade onde apenas os homens salvavam a história; nós podemos ver no universo Disney diversas personagens que antes de Mérida, Rapunzel ou Ana e Elza já mostravam o que queriam. Bora, relembrar algumas delas:

      Pocahontas - Não seria possível falar de independência, sem citar a princesa indígena. Com o brilhante filme lançado em 1995, os estúdios Disney abusaram dos pilares da Antropologia e mostraram como a sociedade dominante oprimia às outras usufruindo e roubando do sustento dos mais fracos. Tá bom, talvez isso não seja novo. Mas quem imaginou ver as mudanças no Mundo Novo através dos olhos de um indígena? Uma garota livre e independente que viu a eminente ruína do seu povo, antes mesmo dos poderosos de sua tribo? Pocahontas ensina a John Smith e ao seus como o amor une as diferenças e como a indisposição de ouvir ao outro pode acarretar graves consequências. Tem muita coisa para falar desse filme que eu amo, mas talvez, isso fique para um post voltado apenas para Pocahontas.





   
Esmeralda - Mais uma vez, em minha opinião, a Disney usa a mulher para reclamar os direitos da minoria. O povo cigano no cenário de O Corcunda de Notre Dame (1996), era um povo rejeitado e considerado  pouco confiável. Esmeralda fazia parte dessa gente, e assim como eles, foi perseguida pelo maquiavélico Juiz Frolo. Aliás, destaque para o juiz que representa uma sociedade hipócrita e mesquinha. Frolo julgava-se um homem santo, mas bastou colocar os olhos em Esmeralda para tentar usar de seu poder e seduzir a moça. Porém, muito digna, Esmeralda não submete-se ao desejo carnal de Frolo e luta contra ele ao lado de nosso amado corcunda Quasímodo. Destaque para a cena do filme em que a cigana defende Quasímodo do cruel público do Festival dos Tolos. Esmeralda desafia Frolo gritando por justiça.





     
Mulan (1998) - Esse post não seria possível sem a espirituosa e brava guerreira. Você sabia que a história de Mulan é baseada num poema encontrado em um pergaminho do século VII? Sim, a história da menina que veste-se de homem para lutar na guerra no lugar de seu pai. Para mim, Mulan é uma das personagens que mais representa esse post. Imagine você, séculos atrás, numa sociedade extremamente fechada onde o papel da mulher era apenas servir ao marido, enganar todo esse sistema para infilitra-se num exército? Pois é, Mulan teve de se passar por um homem para poder ter algum "valor"e salvar a vida do pai. Durante o filme Disney, a busca da menina pela aceitação de Fa- Zhou e  pela descoberta de sua própria imagem é emocionante. Os estúdios exploram bem, a diferença de tratamento direcionado a Ping(disfarce de Mulan) à própria garota. Mas sabemos bem que, no fim, Mulan foi capaz de salvar seu país e recebeu as honras não somente de todos os homens, mas do próprio Imperador; na belíssima cena cuja China se curva perante à menina.




    Ariel - Como não lembrar da clássica Pequena Sereia(1989)? Ariel possui qualidades marcantes e comuns nesta geração de princesas Disney; independente, forte, determinada e sonhadora. Mas a menina não é um princesinha boba que sonha apenas em ser humana, mas a protagonista que desafia o próprio pai, rei dos mares, Tritão. Ariel possui o dom de sonhar além das possibilidades, e não sossega enquanto não consegue transformar-se em humana. Muitos dirão que ela queria apenas estar ao lado do Príncipe Eric, mas acredito que Eric era apenas a representação de um mundo livre que Ariel sempre amou. Na belíssima e popular canção, Parte de Seu Mundo, é notável a insatisfação e infelicidade de Ariel ao ser sereia. Ariel era uma sereia que havia nascido para ser humana, e superando todos os obstáculos, ela alcança seu objetivo.Atitude é com a ruivinha, sem dúvida!











     Bela - A história da Bela e a Fera(1991) é outro clássico, e nos traz mais uma mulher de atitude. À primeira vista, Bela pode parecer uma pacata aldeã do interior da França. Mas se analisarmos bem, Bela representa uma garota à frente de seu tempo. Amante do intelecto e das letras, Bela não é bem vista pela comunidade em que vive. A moça ainda é cortejada por Gaston, um machista troglodita que acredita que mulheres não devam ler ou pensar. A menina, é claro, rejeita a paixão de Gaston, até apaixonar-se por Fera.Vejo em a A Bela e a Fera, a representação da opressão da sociedade em cima das mulheres, e ainda, àquelas que optam por algo que foge ao padrão. Como o amor de Bela pelos livros ou pela temível Fera. Esse belíssimo clássico, não somente mostra uma mulher que vê além do comum, mas que escolhe viver de acordo com suas escolhas, independentemente do que pensam dela.





Jasmine - A história de Jasmine, de Aladdin (1992), em muito se parece com a de Bela e Ariel. Jasmine e Bela são frenquentemente cortejadas para se casar, e ambas recusam-se a ceder às vontades alheias. E assim também como Ariel, Jasmine sofre com as pressões de ser filha de um rei, e sente-se terrivelmente aprisionada dentro de um palácio. Vemos na personagem, a terrível tarefa dada às princesas antigamente, jovens meninas que celebravam contratos com outros reinos com casamentos forçados. Mas a moça não deixa se levar pela influência de seu pai e do ardiloso Jafar. Conquistando no final, o direito de casar-se com quem quer e quebrando a lei do sultão que permitia apenas casamentos entre a realeza. A parceira de Aladdin representa o espírito livre e auto-suficiente de uma mulher que lutou contra o sistema.













Tiana - a protagonista de A Princesa e o Sapo faz parte da nova geração de princesas, e me atrevo a dizer, que o filme de 2009 é o "abre-portas" para os sucessos de Valente e cia. Numa época  a qual a Disney havia abandonado animações de estúdios,
rendendo-se apenas às computações gráficas, A Princesa e o Sapo ressurge homenageando a traumatizada cidade de Nova Orleans, após as tragédias do furacão Katrina em 2005, ao protagonismo feminino e trazendo, pela primeira vez, uma princesa negra. Vale lembrar, que o país dos Estados Unidos vivia na época momentos de mudanças com a crescente popularidade de Barack Obama, primeiro presidente negro da história da nação. Ufa! Mas falemos de Tiana: a garota era trabalhadora como nenhuma outra. Mal deixava um emprego e pulava para outro. O grande sonho de Tiana era abrir o restaurante em homenagem ao seu pai, mas a vida não dava moleza para a menina que, logo, virou sapinha. No desenrolar da trama, percebo em Tiana as qualidades da mulher do século 21. A jovem trabalha, toma conta de sua família, paga as contas, conquista os objetivos e ainda sobra tempo para colocar a coroa de princesa.





Donzelas? Sim. Em perigo? Pode até ser, mas elas já não precisam de príncipes para salvar suas vidas. Pois são donas de sua própria história!


** Este post não foi sobre Princesas Disney, mas personalidades femininas dos estúdios que exerceram protagonismo, na opinião do autor.

Tiago Leão










Um comentário

  1. francamente, amei esse post, foi muito bem escrito e editado e fora que sou fã de carteirinha da Mulan. Se tiver mais post de princesas da disney me chama ^^ Já to seguindo
    http://pequenascoisas14.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir